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Autocobrança e perfeccionismo nos estudos
O perfeccionismo, que em muitos casos é visto como uma qualidade, pode ganhar aspectos mais negativos quando absorve uma autocobrança excessiva, dentro de padrões que dificilmente serão alcançados. Nos estudos, o perfeccionismo faz parte da realidade de muitos jovens que têm dificuldade em admitir ou assimilar erros e se mostram com a incapacidade de comemorar pequenas conquistas.
É como se apenas um 10 valesse a pena e um 9,5 fosse totalmente inaceitável ou insuficiente. O perfeccionismo em seus aspectos não positivos tende a levar os indivíduos a se frustrarem constantemente. A necessidade de atingir um padrão muito rígido faz com que a pessoa se sinta um fracasso e com a autoestima abalada, diante de resultados não esperados. Por mais contraditório que possa parecer, pessoas com um alto grau de cobrança tendem a procrastinar, devido ao fato de nunca se sentirem satisfeitas com o que estão produzindo. Um sentimento que permeia é a de não suficiência em relação a maioria das coisas.
A autocobrança excessiva, principalmente com a popularidade das redes sociais, vai além da superação de si mesmo. Há também o desejo de ser melhor que o outro, aprender mais e se destacar. Assim, é comum o acúmulo de tarefas para se chegar a um determinado objetivo, tornando a rotina exaustiva e sobrecarregada. Nesse processo, vão surgindo uma variedade de sintomas como estresse, baixa autoestima, baixa produtividade, ansiedade e o desequilíbrio da saúde mental como um todo. Mas, como é possível lidar com a autocobrança e a necessidade de perfeição?
O primeiro passo é reconhecer que há um problema e tentar encontrar um meio termo. Levar tudo ao extremo pode ser desgastante, principalmente nos estudos. Observar as expectativas que estão sendo colocadas e saber que determinadas situações não podem ser controladas melhora sentimentos relacionados à ansiedade. Quanto às metas, o ideal é certificar que elas são reais e que podem ser cumpridas. Do contrário, só estarão ali gerando peso e frustração. Se há infelicidade dentro das rotinas criadas para o cotidiano, talvez seja o ponto de partida para revisitar escolhas e mudar estratégias. A vida não precisa ser uma corrida, nela deve existir espaço para falhas, mudanças e compreensão.